Lugar nenhum.
O homem espera sentado na estação de trem. Seus pés batem repetidamente contra o chão, sem qualquer ritmo. Ninguém acreditaria que aquele era o mesmo homem que de manhã apresentava tamanha calma. Ao telefone, disse, silenciosamente, que a viagem não importava. Gostaria de vê-la. No entanto, a calma deveria pregar o acordo sobre aquele encontro. Parece impossível. Reunir os dois homens em só uma pessoa. Quando ele acordou, resolveu limpar o apartamento. Tomou cuidado com quais CDs deixar tocando no som. Preocupou-se com a limpeza da cada canto e superfície. Comprou ingredientes para fazer a receita mais difícil que sabia. Preparou-se com um banho. Decorou músicas no violão. Reviu o apartamento. Ele estava em frangalhos, um pouco desesperado e ansioso. Quanto tempo não fazia que ele esperava por aquele exato momento. Em que a porta do apartamento finalmente fosse aberta para alguém que ele queria receber. Seus ...