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Mostrando postagens de outubro, 2012

Maçãs metafóricas.

Duas crianças conversavam em uma livraria olhando a ilustração de livro narrando à história de Adão e Eva: -O Adão amava a Eva- Disse o garoto sorridente. -Porque a cobra enganou Eva?-Disse ela com olhos tristonhos. -Ela queria saber mais coisa. -Adão queria saber mais coisa também? -Não sei. -Acaba triste? -Acaba juntos. Ela usa um vestido imenso florido, enquanto começa a gritar com ele. Ele acaba de chegar do trabalho; veste um terno simples preto. Ele está exausto, seus olhos parecem contar uma história de total e irrestrita infelicidade. Não gosta do trabalho. Não gosta da mulher na sua frente. Sente o mundo como uma farsa que nunca poderia dar certo. A mulher, mesmo assim, insiste em gritar sem parar: -Eu tenho direito. -Você não tem. -Essa já foi minha casa. -Mas estamos divorciados, pelo amor de deus. -Eu vim passar uma semana para conversamos sobre nossa antiga vida. Mas eu tenho direito de trazer que homem que eu quiser pa

Sorriso.

Existem homens que passam suas vidas duvidando sobre o valor de se manterem nesse planeta. Uma pergunta recorrente é se deveríamos estar aqui; somado todas as coincidência que levaram até o nosso nascimento, será que isso fez qualquer sentido? Tivemos que evoluir de pobres células minúsculas, por um longo caminho, até o estágio em que chegamos. Um pai e uma mãe específicos tiveram que se encontrar no meio de milhões de pessoas para produzirem num dia e horário você. Isso pode ser totalmente desprovido de significado. Cada coincidência foi levada até outra, e você é o produto de um desaviso sobre sua vontade de nascer. Nós nunca escolhemos nascer; nós simplesmente nascemos. Algumas pessoas passam suas vidas inteiras se detestado por uma decisão alheia de conceber. Se não nos foi dado à escolha da vida, será que podemos escolher a não-vida?              Por um momento, você respira um ar destituído de tempo. As partículas sub-atômicas param de colidir contrariando qualquer lei físi

O poeta do precipício.

O velho sentava a beira do precipício. De novo, outra pessoa iria se matar. Ele havia parado de contar o número de pessoas que se jogava daquele local todos os anos. Passaram a chamar aquele velho pelo nome de poeta do precipício. Ele era quem tentava salvar os sem salvação. Os que já não queriam viver. Ele era o homem do perigo e da tristeza. Ele era só um homem qualquer. -Você de novo por aqui?-Um jovem se erguia vendo as pedras bateram com as ondas. -Sempre. -Sabe. Você não deveria se matar. -Porque? -Eu li suas matérias no jornal. Elas são engraçadas. -Mas não são minhas. Eu quero escrever contos. E beijar mulheres. E viver a vida. Em troca disso, eu só fico deprimido em casa. Querendo acabar com tudo. Venho até esse precipício há anos tentando me matar, e você sempre me atrapalha. -Você sabe o número de formas de se matar que não envolve um precipício? -Sim. -Então porque você volta aqui? -Porque eu quero viver? -Bingo. Essa nem custou