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Mostrando postagens de novembro, 2011

O começo do fim.

A história explica um começo e um fim. Um labirinto infinito sem nenhuma possibilidade de fuga. -Bem, a ideia em si é absurda. -Claro que é. -Dançar num terreno baldio? -Só muita bebida alcoólica. - E eu achando que tinha criado dançar bêbado com belas mulheres. - Não, fui eu que criei isso num terreno baldio no meio do nada. -Vamos lá, com a cultura do meu tempo, fazer essas coisas ficou bem mais difícil. - Por favor, eu criava gado, para de resmungar. -Mesmo assim, todo mundo hoje em dia quer ser tão independente, insensível e essas coisas todas. -Gados, touros, será que você não escuta? - Sempre quis saber o que você pensou do lugar que você estava existindo. Se você existe. -Provavelmente sou figura da sua imaginação. -Eu sei. Eu já vislumbrei a possibilidade. -Bem, eu não tinha o que achar. Você tem que entender 55 anos juntos. Era como perder um pedaço de si mesmo. Por isso ela bebeu tanto. -Isso não é desculpa. -Tudo é desculpa nesse mundo. É muit

Anúbis.

Ele subia na escada do prédio. Passo por passo, contava o tempo que demoraria até chegar à porta. Parecia um absurdo para ele que o maior prédio da sua cidade precisasse de um vão de escadas para chegar até a porta. O desespero estava em sua mente: ele via aquele prédio sombrio como um lugar cercado por nuvens negras e monstros. Talvez todos pudessem ver isso, mas só haviam escolhido ignorar a muito tempo atrás. A evolução esperta como ela sempre foi, ou desprovida de qualquer sentido como lhe falavam, sumiu com a capacidade de percepção. Ele ser o último elo na evolução da humana, parecia algo engraçado na sua mente. Um ultrapassado, provavelmente. Entrando no prédio, tudo parecia absolutamente normal. Um prédio cheio de escritórios famosos de empresas e advogados; amores antigos na civilização ocidental. Ele se vestia de terno, como era de costume quando o trabalho chamava. Havia dois elevadores imensos, com portas de arquitetura grega. Era impressionante. Ele abriu o elevador do m

Carta de demissão.

Espero que quando você me derrube, você arranque todo o sangue. Não deixe nenhum ar no meu pulmão. A faca arranque cada força que eu tenho. O soco quebre cada osso que eu tenha. No momento em que eu levantar, nada mais importa. O estridente som da morte chegando. Do ar ficando tonto com o cheiro de sangue. O misto de nojo e medo estampado no rosto de um homem desesperado. A faca que crava na costela flutuante, a falta de coragem de desistir do ataque. Espero que tudo acabe logo, porque o absurdo daquilo não poderia durar. Respirar. Contar até três. Um. Dois. Três. Tudo vai acabar. Não se preocupa. Segura minha mão. Só mais alguns minutos e estará pronto. A energia volta como um relâmpago procedendo o que seria o final de uma era. O ar se perde na direção do pulmão. Respira fundo. Sente o cheiro do sangue mais uma vez. Engole todo o sangue subindo pela sua garganta. Você tem só um segundo antes do mundo acabar. Diga gritando o que você gostaria de fazer antes de acabar sua vida. Levan