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Mostrando postagens de setembro, 2013

O suicídio do amor romântico.

Desde jovem, lhe ensinaram o que significava ser gente. Colocaram dois olhos, uma boca, duas orelhas e duas mãos como se fosse um boneco. Um modelo a ser seguido, imitado e reproduzido. Havia uma negação na forma com que ela aceitava as roupas que lhe eram dadas: use saias, cores alegres e nunca chore. Foi como se tivessem todo um programa de opções sobre o que ela deveria ser: um jeito de se vestir, uma forma de pensar e um estilo de vida. Ela se sentia uma posse alheia, desde do dia que acordou na maternidade. Se pudesse ter escolhido uma frase, diria que o inferno são os outros, mas ela nunca pensou isso de verdade. Não dessa forma. O inferno era ela mesma, ela pensaria com calma, e dedicação. O inferno era o fato dela não gostar dos programas ou as opções colocadas à sua frente, como se toda resposta certa de um programa de TV não estivesse nem ao menos na tela. Eu quero a opção z, doutor. Não, isso não significa a morte. A morte é a opção zero. Há muito tempo parecia que

Mensagens no fundo do mar.

Existe um mundo imaginário além de qualquer e toda pretensão, em que um dia nós dois nos comunicamos com mensagens enroladas em garrafas pequenas jogadas ao mar. Este conto é uma história de como o desenrolar de tais mensagens se desencontrou, e acabou jogado ao relento de um mundo inimaginável. -Não acredito que você imaginou possível. -O que? -Nós dois sentados, falando, pausadamente e calmamente, de tudo que está. -Porque? -Meu sangue é vermelho, zanza rápido pelas minhas veias, e, raramente, respira com calma. -Seu sangue respira? -Você entendeu. -Você deveria ter calma, afinal o que tem demais? -Já imaginou pedir ao seu futuro assassino que ele converse numa mesa de bar com você? -Não. -É a mesma coisa. Nós não chamamos para conversar aquele que nos colocou num redemoinho de destruição. -Você pode se culpar por isso, sabe. -Entendo. Admito minha culpa, se você admitir a sua. -A minha o que? -Culpa.              Este