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Mostrando postagens de setembro, 2010

Sem resposta.

Faltam respostas Sempre tinha uma na ponta da língua Esqueci de pensar que só sabemos Que nada sabemos. Que desespero Afinal será que não consigo ver a realidade O sol e o que vive no tocar? Não vejo respostas fora Nem dentro Mas mesmo assim A resposta existe Não? Acredito que ela dorme Aonde a gente não consegue ver No sol. Ou na lua. Depende do ponto de vista Do bêbado na rua gritando, Da garota olhando o grito do garoto olhando a garota olhando o grito e da lua cheia afinal é ela quem sabe o que não sabemos.

Parêntesis.

Normalmente trago as histórias em forma de conto, rápido, como um raio que parte de uma ligação entre neurônios, já bem enfraquecidos pelo efeito da sociedade e, sinceramente, de um pouco de bebida. Hoje venho no melhor dos casos trazer um relato, um parêntesis, de algo que enxerguei: um velho cuidando de uma velha, sim, é comum com a idade isso acontecer, uma das partes do casamento cuidar do outro que passou por alguma doença no cérebro, mas o que me impressionou foi a forma. Existem formas de cuidar e outras formas de cuidar, agora carinho a gente vê com olhos treinados, porque virou um bem escasso hoje em dia, vendido em formas fúteis de garrafas de coca-cola, que segundo alguns anúncios trazem nossa felicidade instantânea, e o problema maior é acreditarmos nisso. Voltando ao velho, entender como alguém consegue cuidar de alguém que não lembra que é casada ou tem filhos, de alimentar dia após dia, a paciência e força que tem ali deixam marcas nas faces, ou melhor, observamos ali um

Teste.

- O Teste. – Uma família inteira estava ao redor de bela menina de vestido branco com quadrados verdes, e o homem estava em pé, com roupas simples, depois de horas buscando ela na festa da cidade. - Eu tenho que fazer um teste depois de horas a procurando, não parece justo. -Justo seria você aceitar que nada é fácil. - Vamos com o teste- Ela olhava sorrindo para ele, um daqueles sorrisos de rosto inteiro, como se soubesse que ele nunca falhou num teste,pelo menos não um que parecesse com algo do colégio, ou algo que Sócrates perguntaria. - Bem, pergunta número uno, você tava reclamando do que é justo, então o que é justo? - Olha parece uma pegadinha sem graça, mas o justo é construído entre as pessoas, e seu sentido está no social como uma família que define que é justo eu passar por um teste para ganhar um beijo. - Tudo bem espertinho sua resposta verdadeira. - Bem, eu por ser meio maluco, e sempre gostar de civilizações antigas, chuto que o justo venha da alma imortal, e de algo quas

Flores que não morrem.

Existem certos amores que nunca morrem, e por isso jazem abertos no fundo do peito. São flores que infiltradas nas veias respiram do nosso coração o sangue e ar, por serem assim, e só assim são os que ficam. Porque os que ficam e não os que vão? Porque o ir e vir físico não representa as flores que ficam; essas não se soltam das suas raízes milenares e fincam com força no seu peito causando machucados. Nós dependemos dessas flores que ficam, porque um peito nu não cria sementes: ele não tem capacidade de se espalhar além, tudo que ele pode é ficar em si mesmo, perdido na tristeza e desespero de um ser. Agora os que têm flores fincadas no peito têm armaduras contra a pressão do mundo, e vão além dos muros para entender o outro: porque eles já sabem que a experiência que existiu, foi o que valia a pena, que era o amor, que era dividir o quer que seja que podemos dividir nesse espaço limitado de tempo. Flores no peito nos salvam de nós mesmos. Flores que ignoram o tempo ou distância, flor