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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Astronauta

O dia que me mudei para Marte não foi estranho. Parecia que havia vivido naquele lugar fazia anos. Lembro-me da sensação que veio-rápida, intransigente e seca-, de um torpor que podia ser sentido na ponta dos meus dedos. Toquei na superfície do planeta e percebi, anonimamente, que já não era mais ninguém. Foi uma energia, ao invés de um planeta que sugeriu-me que havia tudo acabado. Não agora. Nem neste exato instante. Em um longo tempo atrás, antes mesmo dos dinossauros, algo veio e demoliu cada partícula, uma explosão que já continha passado, presente e futuro, o dia em que eu fui para Marte, foi o dia mais feliz da minha vida. Relato de autor desconhecido              O termo memória nasce, pronto, como um fracasso, ela faz parte da noção que algum dia já fomos capazes de imobilizar um momento. Marco Aurélio disse que atentar contra o passado era uma piada, não havia ninguém para escutar sua brincadeira. O homem pensava nisso, enquanto esticava seus dedos em direção ao c