Peixe Grande.
A criança senta sobre a cama. A garça branca, com asas pretas, senta do seu lado: você deve ouvir meu cantar. O garoto acorda, não consegue entender o sonho. Algo de incrível jazia naquela criança, ao nascer tinha saltado direto da mãe e começado a se mover; se debater contra os que tentavam impedi-lo de chegar até a porta. O sonho era mais uma parada no que seria uma grande história. Aos dezoito anos tinha se tornado um alto homem, com muita coragem e pouco bom senso. Seu local favorito era a praça da cidade, passava horas enxergando as garças voarem de um lado para o outro. Não havia garça, que não tinha sido perseguido por aquele atlético homem. O relógio batia às 2 horas da tarde pontualmente todos os dias, enquanto ele começava a terminar outro livro. A rotina nunca mudava, independentemente do mês ou ano: ele se mantinha ali. Havia se tornado uma lenda, o garoto capaz de aceitar qualquer desafio: desde derrubar árvores, caçar peixes imensos, gritar em prédios vazios, lutar contra...